quarta-feira, 8 de abril de 2015

Música nova: "Luz"

Alô alô, pessoal!
 
Hoje é aniversário da minha amada, então nada mais justo do que a parabenizar falando de amor. E para isso, escrevi uma música. Se chama "Luz".
 
A letra traz uma referência à "Alegoria da Caverna", de Platão. Em seu texto, o filósofo descreve a vida de pessoas que nascem acorrentadas dentro de uma caverna escura, tendo como sua única fonte de conhecimento um facho de luz que projeta sombras no fundo da caverna. Ao se libertar, um homem sai da caverna e, pela primeira vez, entra em contato com o mundo real. No início, a luz do sol cega sua visão. Mas com o tempo, o contato com o mundo real ativa os seus sentidos, e ele finalmente recebe a iluminação do conhecimento. Agora, ele passa a exercer o seu poder cognitivo. Tem controle sobre sua visão, audição, olfato, tato, paladar. Finalmente, se vê livre daquilo que foi previamente moldado a acreditar, entender como real.
 
Trazendo para o contexto lírico da minha música, um dos sentimentos mais fortes e marcantes na vida de uma pessoa é o amor. Aquele que vive sem amor tem uma parte de sua psique adormecida. O amor pode ser fisiologicamente dispensável, assim como a vida fora da caverna. Mas tê-lo presente em sua vida traz uma nova perspectiva de existência; um novo conhecimento da natureza humana, que fará com que nada seja como antes.
 
No início, o amor cega. A paixão é intensa, gera impulsos. Pode causar ações desesperadas, inconsequentes. O corpo é ativado. A adrenalina corre. Frio na barriga. Com o tempo, "nossa visão vai se acostumando com a luz do sol", e passamos a enxergar as coisas mais claramente. O corpo aquieta. A mente acalma. O sentimento se fortalece. E o amor vai nos ensinando a dividir, a ser pacientes, a ser bons ouvintes, a entender o lado do outro. Toda a intolerância, as diferenças do mundo, são deixadas de fora da relação, onde ouvir e entender se torna fundamental, se torna chave para o bem estar do outro, e, consequentemente, se torna fundamental para a saúde da relação.
 
O ser que entra em contato com o amor abre sua visão para uma nova perspectiva. Se liberta das correntes do individualismo. Liberta sua mente da caverna da sua própria existência e a apresenta a um novo universo a ser explorado. E essa fuga do individualismo repercute em todas as relações. Com o amor, o mundo pode ser repleto de compaixão, de tolerância, de entendimento, de companheirismo, de respeito. Sem o amor, o mundo se torna inexoravelmente um lugar frio, onde a satisfação dos desejos da individualidade do ser se torna prioridade sobre todo e qualquer princípio que rege as relações humanas. O coração que não conhece o amor é como uma pedra fria retirada do interior da caverna. Uma pedra que apenas pulsa, mecanicamente. Até o dia em que finalmente para. 
 
Sem mais delongas, só me resta dizer à minha Mariana que eu a amo muito, e que ela seja muito feliz em mais um aniversário.
 
"Luz"!

Um comentário:

  1. Meu lindo, você, sempre assim cheio das palavras, me deixa sem fala - logo eu que sou cheia delas também!! Muito obrigada, primeiramente por ser o meu amor, por compartilhar comigo seus dias, seu presente e seu futuro. Obrigada por esse presente, por toda sua inspiração. Obrigada por tudo. À nossa felicidade!! Te amo infinito!

    ResponderExcluir