quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Novo LP Virtual - "Heavy Road"

Alô alô, pessoal!

Primeiramente, feliz 2015 a todos os amigos que frequentam o blog! Se você veio parar aqui de alguma forma é porque você é curioso, você quer algo novo, você quer algo bom. E é o que eu tento oferecer; música de qualidade. Talvez você não encontre o que procura nas minhas músicas, mas certamente encontrará em alguma de alguém que está aqui perdido em algum post publicado. Então, seja bem vindo e continue prestigiando o espaço neste ano que se inicia.

Sei que tenho andado bastante ausente do blog nos últimos tempos. Isso se deve a dois motivos. O primeiro é que, às vezes, a gente enche o saco mesmo do que anda fazendo e resolve dar um tempo, entende? O segundo, é que vim preparando a passos de formiga o material que ora divulgo. Ele é pesado, literalmente pesado. Emocionalmente pesado. Uma revisita a toda uma vida de música, de sonhos, de expectativas; uma revisita a imagens foscas do passado, a retratos desbotados na parede, a fitas K7 emboladas na estante, cadernos amarelados com letras emboladas e cheias de erros de "inglês".

O material que apresento se chama "Heavy Road". É uma reunião de músicas heavy metal que compus ao longo da minha vida. No total, escrevi muita coisa no estilo. Tenho, por baixo, umas 80. Quase todas compostas na minha adolescência, quando minha vida era basicamente tocar guitarra (e ver o Galão da Massa, claro - ele sempre esteve lá). Fiz uma peneira, acrescentei alguma coisa que escrevi para este material, e está aí. "Lords Of The Dark" faz 19 anos em 2015. Time flies, baby... Já é maior de idade, pode beber no bar, tem carteira de motorista.

Sei que o heavy metal é um estilo virtuoso, de músicos altamente competentes e estudiosos, produções de primeira linha, gravações impecáveis... Portanto, já aviso que, na mesma linha de tudo o que faço aqui, a produção é caseira, de baixa qualidade, com alguns instrumentos na base da programação, a voz sempre um pouco abafada... O que quero dizer é que não dou a mínima, entende? Isso é importante para mim, faço por mim, e se quiser embarcar nessa viagem comigo, está aí. O importante para mim não é a produção em si, mas sim o conteúdo; o registro histórico do conteúdo. A música se tornou, cada dia mais, algo pessoal para mim. Uma espécie de necessidade fisiológica. A roupagem, carreira, disco, show... A vida colocou em segundo plano. Mas a música é para mim aquele submarino que consegue mergulhar até o ponto mais profundo do Challenger Deep da alma. E é disso que se trata esse registro que, não a toa, dei o nome de Heavy Road. Então, fique à vontade e seja bem vindo! Ou então, você pode comprar o disco do Gustavo Limma, uma das várias biografias do Justin Bieber ou do Neymar, e ir chupar uma manga!

Enfim, feliz 2015! And welcome to the heavy road.

Eduardo Ladeira, janeiro/2015.

Disco corrido:

 
Faixa a faixa:

1 - The Gunslinger (2007)
"The man in black fled across the desert, and the gunslinger followed."
Assim começa a saga de Roland De Gilead em busca da Torre Negra, série espetacular e clássica de Stephen King.
Escrevi essa música para o primeiro livro da série, de mesmo nome, The Gunslinger (O Pistoleiro, no Brasil). Esta série me acompanhou durante muitos anos e me influenciou em muitas coisas. O nome da minha antiga banda Lobos de Calla é exatamente o nome do quinto volume da série.
Roland de Gilead está na minha alma, e a busca da torre, assim como na saga, nunca terá fim, pois a Torre só existe dentro de nós mesmos. E lá, a gente tem medo de entrar.
Quem quiser ouvir outra música sobre o mesmo livro, procura por Somewhere Far Beyond, da banda alemã Blind Guardian. Musicaça!
 
 
2 - Astaroth (1997/2007)
Astaroth é um capetão fedorento, da profana trindade, que vive na cabeça de gente mesquinha e vaidosa. A letra não fala exclusivamente de Astaroth, mas sim de todas as pessoas que se valem de sua existência para tornar o mundo um lugar pior pra se viver. E a conduta dessas pessoas é a única prova terrena de que o capeta realmente existe. Portanto, para todos os sociopatas, egocêntricos, individualistas, corruptos, que habitam o mundo... Eu os apresento a si mesmos... Astaroth!
A melodia é uma das primeiras da minha vida, mas da letra original só resta a passagem "the dark is my fate, the darkness awaits". Pode parecer meio boba, mas nunca consegui me desvencilhar deste cântico. Então, encaixei na letra definitiva. Seu título original era Sect's Direction. Dez anos depois, em uma aula tremendamente chata do curso de Direito, onde meu caderno e minha caneta tinham que valer para alguma coisa, Sect's Direction virou Astaroth.
 
 
3 - Upstairs (2000)
Upstairs é uma música estranha. Nunca fui muito de jogar RPG. Mas o click da letra veio após uma tarde de Forgotten Realms com amigos. Eu tinha que invadir um calabouço ou algo do tipo. E depois, em casa, na falta de um assunto melhor, fiz uma música sobre isso. O mais esquisito de tudo é que hoje consigo fazer uma leitura analógica da letra que reflete sobre as incertezas da vida, que fez com que a música se tornasse bastante interessante para mim. Ainda guardo a fita K-7 na qual registrei a música na época em que foi composta. Ouvi essa fita durante muitos anos. A melodia dessa música sempre me pegou. Graças à tecnologia, hoje posso fazer um registro um pouco mais decente. Rá!
 
 
4 - Follow My Way (2001)
Quando eu escrevi esta música, eu tinha muito medo de morrer. Era jovem. Independente, mas imaturo. Uma combinação que te leva a fazer muita bobagem. É o início do conhecimento da vida adulta. Da experimentação, das experiências. A incerteza das consequências. Toda essa baboseira. E, sim. Algumas pisadas na bola me fizeram desenvolver uma certa síndrome do pânico com relação à minha saúde, e me deram muitas manhãs ressaqueadas de arrependimento. Fato é que passei ileso por isso. Mas se teve uma coisa boa nisso tudo foi a música que pintou. É essa daí.
 
 
5 - Look At Me (2000)
Esta música foi escrita para uma colega de colégio que me frustrou muito na época. Tem um clima meio tenso, tipo "vou colocar uma bomba na sala e mandar tudo pelos ares". Sei lá. Eu gosto da levada dela. Peso + Groove + Peso. Uma combinação que na maioria esmagadora das vezes dá certo. E aí, deu nessa?
 
 
6 - Lords Of The Dark (1996)
Esta foi uma das primeiras músicas que escrevi na vida. Mas sem dúvida alguma foi a primeira que tinha cara de... música. O mais incrível é que foi a única que eu não precisei mexer em nenhuma vírgula da letra. É um rock tradicional, uma base simples, um riff de cinco notas. Uma letra que "inventa deuses novos", ou fala dos que já se tem, algo do tipo. Enfim, escute aí e me dê um desconto; eu só tinha 12 anos.
 
 
7 - Skuld (2014)
O ano de 2014 foi um ano de planejamento, de novas perspectivas para o futuro. Foi um ano de mudanças em muitos aspectos. Por isso, batizei essa pequena obra de Skuld.
Quem é leitor assíduo das Crônicas Saxônicas de Bernard Cornwell, ou tem algum conhecimento da mitologia nórdica, certamente está familiarizado com Skuld. Ela é uma das três nornas que vivem aos pés da Yggdrasil (uma espécie de árvore que sustenta mundos em seus galhos). Skuld é a mais nova das três, responsável pelo futuro, pelo destino dos homens. Portanto, resolvi fazer uma oferenda e agradar a deusa, para que ela seja benevolente com o meu.
 
 
8 - Paint The Land Red (2014)
Cada dia que passa eu estou mais convencido de que o país só vai tomar rumo na hora em que as pessoas realmente bem intencionadas forem pro pau. Essa música fala basicamente disso.
 
 
9 - Far (1998)
Paixão platônica. Com certeza você já teve uma.
Sempre achei que esta música tem cara de encerramento de disco. Então, foi prontamente elencada para passar a régua em Heavy Road. E aqui é o fim dessa jornada pelo tempo.
Valeu!